Durmo com meu fantasma.
Com ele terei que dividir o sono.
Noite de sombra de solidão,
findo o dia do sonho.
Procuro impaciente
em cada espaço inerte,
mas nada vislumbro.
No lençol, inimigo inquieto,
o travesseiro,
que me acusa.
Maldito colchão
que me promete:
hei de sentir,
o poema insone
latejando,
vibrando
abaixo de mim.